Tenho me conectado cada vez mais com conteúdos que exploram os desafios das mulheres da Geração X (nascidas entre 1965 e 1981). Não apenas porque estou vivendo a pré- menopausa (uma jornada que iniciei recentemente) mas também porque muitas de nós pertencemos à chamada “geração sanduíche”: equilibramos os cuidados com filhos ainda dependentes e, ao mesmo tempo, assumimos a responsabilidade por pais idosos, que demandam suporte especial.
Somam-se a isso as tarefas domésticas, a dedicação aos relacionamentos (sim, mulheres 50+ ainda são desejantes e desejadas) e as exigências do mercado de trabalho, que cada vez mais demanda atualização e comprometimento, apesar de que ainda tendem a descartar as mais velhas.
O resultado é uma mulher atarefada, sobrecarregada e repleta de preocupações. No entanto, ela carrega consigo algo inestimável: maturidade e mais controle emocional. O que parecia um peso insuportável aos 20 anos, hoje pode ser aliviado com uma boa taça de vinho e longas conversas com as amigas. Os dramas e fantasmas do passado se transformam em risadas e em planos para o futuro.
Felizmente, vivemos um tempo em que a menopausa não é mais um tabu. Compartilhamos experiências, trocamos informações e nos apoiamos mutuamente, o que evita que essa fase nos assombre como fazia com as gerações passadas. Sabemos da importância da saúde emocional, buscamos terapia, análise, especialistas, suplementos e não deixamos de lado a alimentação equilibrada e os exercícios físicos.
Busquei o assunto Menopausa no Minha Vida, site de saúde e bem-estar da Webedia, e vieram mais de 100 matérias, com dicas de exercícios na menopausa, alimentação, beleza, vida sexual, notícias e etc. Sim, estamos em pauta e até a comissão dos direitos humanos aprovou o projeto de lei para incluir o tratamento da menopausa e climatério no SUS.
As preocupações com doenças que antes dominavam as nossas pesquisas no Google, deram lugar a temas como prevenção, suplementos, academias, receitas saudáveis e viagens. Estamos mais conscientes sobre nosso bem-estar e investimos cada vez mais em qualidade de vida.
Segundo uma matéria recente da Folha de SP, já movimentamos mais de R$ 2 bilhões no Brasil, com serviços e produtos que nos ajudam a melhorar a qualidade de vida da mulher na menopausa. É um fenômeno que gera muitas oportunidades para as marcas se conectarem a um público maduro e à espera de uma boa conexão. Um ótimo exemplo disso foi a última campanha de Dia das Mães do Boticário, que trouxe à tona os conflitos e o sofrimento do ponto de vista da mãe, com filho na adolescência. A mensagem me impactou e emocionou muita mãe com filhos nesta fase.
No mundo corporativo, a experiência da mulher 50+ começa a ser mais valorizada. O RH das empresas têm reconhecido que maturidade e controle emocional fazem toda a diferença no ambiente de trabalho. A troca geracional se fortalece: se antes buscavam profissionais “experientes”, hoje valorizam aqueles que sabem compartilhar e agregar conhecimento com sensatez.
Estamos atravessando o que, por muito tempo, foi considerado o período mais difícil e assustador da vida de uma mulher. Mas fazemos isso em um momento em que a informação circula livremente e sabemos que juntas nos tornamos mais fortes. Afinal, conversar e trocar vivências faz toda a diferença.
Viva o nosso dia! Viva a mulher que nos tornamos!
Ass: Paula Gastaldelli
